04 janeiro 2007

Festas


Fui sempre apaixonada pela cultura brasileira. Com a publicação dos meus primeiros livros, tive o privilégio de viajar por todo o Brasil, fazendo lançamentos nas principais capitais.
Dessas viagens trago na bagagem muitas histórias para contar e também a experiência única de vivenciar culturas e tradições diferentes.
As festas folclóricas sempre me atraíram, pelo colorido, pela música, pela dança, mas principalmente por serem manifestações vindas de um povo simples mantendo tradições passadas de geração em geração.
Tenho uma predileção por Festa de Boi, encantamento que me levou ao Maranhão, a Recife e a todos os lugares onde podia encontrar um pouco dessa dança. A história do Bumba-meu-boi tenho contado, dobrado e encenado com crianças há muito tempo.
Além do Boi, é claro, foram para o livro as Festas Juninas, que me trazem boas recordações de infância. Meu tio fazia sempre uma festa junina em sua casa, com fogueira, comidas típicas e quadrilha. Os convites eram feitos em casa, por mãos habilidosas e papel recortado. Como o frio da época de julho era grande, por baixo dos vestidos estampados eu e meus primos usávamos calças e ridículas meias de lã. Minha tia tocava um acordeão, que até hoje ela diz detestar, e a festa entrava noite adentro.
Lembrei-me também do Carnaval. Não o Carnaval de rua que faz a alegria do Norte e do Nordeste. Como boa paulistana, cresci pulando Carnaval em bailes de salão. Ou arregalando os olhos para a passagem das escolas de samba com seus passistas coloridos e carros alegóricos de tirar o fôlego. Ano que vem eu vou desfilar, é uma promessa que tenho protelado faz anos...
Falei de festas que eu pouco conheço como a Lavagem do Bonfim. Por uma ironia do destino, ainda não conheço a Bahia. Digo ironia, porque já estive até com a passagem na mão e na última hora, deu tudo errado. Estou devendo a Bahia para mim mesma...
Falei da Folia de Reis, festa nordestina, mas que na minha familia se comemora com muita comida: sopa de capeleti (sim, com esse calor de verão paulistano), pernil e mais um monte de coisas, que minha tia põe na mesa até não caber mais.
Enfim, ao escrever o livro Festas fiz um passeio pelas minhas lembranças e pela memória do nosso país.

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