05 janeiro 2007

Brinquedos


A Coleção Brincando com Dobraduras faz da dobradura um brinquedo.
Mas brincar tem muitas conotações. Para algumas crianças, brincar é jogar bola, brincar de boneca; para outras, é ver televisão. Crianças de hoje brincam no computador...

Eu brincava de ler e escrever. Brincava também de pintar, de desenhar, de dobrar papel que aprendi sozinha, em livros, pois há poucos cursos de Origami no Brasil. Desde a infância eu escrevia e dobrava papel. Aos poucos fui descobrindo que o meu hobby podia ser também uma profissão.

Muito antes de escrever a Coleção Brincando com Dobradura, eu já trabalhava com Origami, dando cursos e oficinas para professores e crianças. Além disso, usava Origami na área de saúde, para recreação em hospitais e também apoio para vários tipos de terapia. Já havia feito trabalhos para a área de propaganda e marketing, criando figuras em Origami para mídia impressa, videoclipes, novelas, brindes... Fazia objetos de Origami para decoração: luminárias, vitrines... Dobrava guardanapos de pano em formatos personalizados para festas.
E então, recebi o convite da Editora Paulus para fazer um livro. Hoje são 17!


Acredito que tudo que nos é significativo na infância acompanha toda nossa vida. Talvez por isso tenha direcionado a minha obra literária para as crianças.

Minhas duas brincadeiras preferidas de infância estão no livro Brinquedos: escrever e dobrar papel. Reuni uma série de brincadeiras orais que aprendi na minha infância e algumas dobraduras que ilustram essas brincadeiras.

Espero encontrar, com esse livro, muitas crianças que gostem de arte e que gostem de escrever.
Como eu, muitas descobrirão que essas experiências vão acompanhá-las por toda a vida...

Lendas


Porque existe a noite?
Como foram criados os diamantes?
De onde vêm as estrelas?
A curiosidade das pessoas originou várias lendas que explicam a origem de bichos, plantas, fenômenos da natureza e mais uma porção de coisas.
Essas lendas foram passadas de geração em geração e hoje são histórias incríveis de contar. Gosto muito das lendas que falam dos animais brasileiros. Com uma fauna tão rica, não é de espantar a quantidade de lendas que explicam por que os bichos são dessa ou daquela maneira. A maioria das lendas são de origem indígena, e quem é de cidade grande deve achar estranho os nomes que encontra: pirarucu, cairará, uirapuru, muiraquitã... Os nomes são estranhos, mas as histórias são simples.
Quando pequena eu gostava muito de uma história chamada Festa no Céu, que explica por que o sapo tem o couro todo rachado. Essa e outras histórias me motivavam a também criar minhas próprias lendas, que explicavam isso ou aquilo. Fui uma criança criativa, com certeza...
Apesar de no livro Lendas me limitar a recontar histórias que ouvi, acredito que deixar as crianças criarem suas próprias lendas é um grande exercício para a imaginação.
E a imaginação deve ser sempre incentivada!

04 janeiro 2007

Festas


Fui sempre apaixonada pela cultura brasileira. Com a publicação dos meus primeiros livros, tive o privilégio de viajar por todo o Brasil, fazendo lançamentos nas principais capitais.
Dessas viagens trago na bagagem muitas histórias para contar e também a experiência única de vivenciar culturas e tradições diferentes.
As festas folclóricas sempre me atraíram, pelo colorido, pela música, pela dança, mas principalmente por serem manifestações vindas de um povo simples mantendo tradições passadas de geração em geração.
Tenho uma predileção por Festa de Boi, encantamento que me levou ao Maranhão, a Recife e a todos os lugares onde podia encontrar um pouco dessa dança. A história do Bumba-meu-boi tenho contado, dobrado e encenado com crianças há muito tempo.
Além do Boi, é claro, foram para o livro as Festas Juninas, que me trazem boas recordações de infância. Meu tio fazia sempre uma festa junina em sua casa, com fogueira, comidas típicas e quadrilha. Os convites eram feitos em casa, por mãos habilidosas e papel recortado. Como o frio da época de julho era grande, por baixo dos vestidos estampados eu e meus primos usávamos calças e ridículas meias de lã. Minha tia tocava um acordeão, que até hoje ela diz detestar, e a festa entrava noite adentro.
Lembrei-me também do Carnaval. Não o Carnaval de rua que faz a alegria do Norte e do Nordeste. Como boa paulistana, cresci pulando Carnaval em bailes de salão. Ou arregalando os olhos para a passagem das escolas de samba com seus passistas coloridos e carros alegóricos de tirar o fôlego. Ano que vem eu vou desfilar, é uma promessa que tenho protelado faz anos...
Falei de festas que eu pouco conheço como a Lavagem do Bonfim. Por uma ironia do destino, ainda não conheço a Bahia. Digo ironia, porque já estive até com a passagem na mão e na última hora, deu tudo errado. Estou devendo a Bahia para mim mesma...
Falei da Folia de Reis, festa nordestina, mas que na minha familia se comemora com muita comida: sopa de capeleti (sim, com esse calor de verão paulistano), pernil e mais um monte de coisas, que minha tia põe na mesa até não caber mais.
Enfim, ao escrever o livro Festas fiz um passeio pelas minhas lembranças e pela memória do nosso país.

Mitos


Escrever sobre Mitos não é uma tarefa fácil...
Como falar de um saci sem cair no lugar comum? Afinal, todo mundo conhece aquele negrinho esperto de uma perna só. Portanto, escolhi outro caminho. Em vez de explicar quem eram os mitos escolhidos para o livro, resolvi contar uma história sobre cada um deles.
Partindo do pressuposto de que todo mundo sabe alguma coisa sobre aquele mito, a história se desenvolve com uma visão bem-humorada do dia-a-dia desse personagem.
Saci, Cuca, Bicho-Papão, Iara e outros personagens do nosso folclore são protagonistas de histórias divertidas, em que são explorados os temas transversais. Natureza, saúde, preconceito, obesidade, educação, meio ambiente... são assuntos abordados pelos personagens, que trazem sempre uma mensagem e uma história engraçada para contar.
Como nem tudo o que a gente escreve cabe no livro... vou contar a seguir uma das histórias que ficou de fora! Essa história é sobre o lobisomem. Vocês vão ler uma outra versão, voltada mais para o público infantil no livro. Essa versão foi a primeira que eu escrevi. Apesar de não ter sido a escolhida para a publicação, tenho um carinho enorme por ela.

O Lobisomem
O menino pálido e magro, de nariz arrebitado e orelhas compridas esmurrava a porta do banheiro. A mãe, gritava que ele era neurótico e ele pensava: “Como não seria?” Qualquer um que tem sete irmãs mais velhas, só pode nascer neurótico, ou lobisomem... Você já tentou usar o banheiro de uma casa onde moram sete irmãs? Esquece... O menino saiu de casa e foi andar pela rua. Era sua primeira noite depois do seu aniversário de treze anos. Ele merecia um pouco mais de respeito, não, afinal já era um homem! Era noite de Lua Cheia. Passando pela primeira encruzilhada, aconteceu a transformação: De repente o corpo se cobriu de pelos, as orelhas cresceram mais ainda, os olhos ficaram vermelhos e ele aproveitou toda raiva que estava sentindo e uivou para a lua! Tinha virado lobisomem... Primeiro ficou apavorado! Já havia ouvido muitas histórias de Lobisomem, mas nunca imaginou que isso pudesse acontecer de verdade. Depois ficou pensando nas orelhas: se ele já achava suas orelhas de abano, agora então...estavam pavorosas. Daí pensou nos pêlos e para que tê-los e então lembrou das irmãs enfiadas no banheiro com toda sorte de produtinhos de beleza. Uma idéia lhe iluminou a mente: tirar proveito dessa transformação, antes que fosse tarde... ou cedo , pois ele só teria até o amanhecer. Depois se transformaria em um irmão neurótico novamente...Voltou para casa, passando por sete igrejas, sete vilas e sete encruzilhadas, como manda a lenda. A mulherada ainda estava no banheiro, como o esperado. A gritaria era de várias gralhas azuis berrando ao mesmo tempo. Ele, com sua voz esmirradinha, nunca havia conseguido falar mais alto, que elas todas juntas. Mas agora era diferente! Foi tão fácil: Chegou perto da janela e deu o uivo mais alto que pode para a lua!!! A mulherada saiu berrando do banheiro e foi um corre-corre geral! Na manhã seguinte não se falava em outra coisa além do aparecimento do lobisomem na cidade, as mulheres apavoradas, estavam todas trancadas, cada uma em seu quarto. Mas pelo menos, o banheiro estava desocupado....

Curiosidades:

A história sobre o Saci eu criei há anos. Ela foi contada muitas vezes em escolas, onde atuo como Contadora de Histórias, e sempre fez muito sucesso com as crianças. Foi ela que me despertou a vontade de escrever um livro sobre Folclore.
As demais histórias do livro foram criadas em uma manhã apenas. Acreditem que eu me diverti muito escrevendo esses textos! Tenho que agradecer a colaboração novamente da Kandy, que ia lendo meus esboços, dando risada comigo e fazendo boas sugestões.
Todas as histórias e dobraduras dos meus livros são "testadas". Antes de serem publicadas, eu faço oficinas com crianças para sentir a reação delas. Devo dizer que nunca nada foi vetado, mas não custa nada perguntar aos meus leitores: "O que você acha?".

Folclore


2006. Faz 10 anos da edição do primeiro livro da coleção "Brincando com Dobraduras".

A idéia de fazer um livro sobre folclore já estava caraminholando na minha cabeça há tempos. Mas quando comecei o projeto vi que o assunto era muito extenso. Não daria um livro então, mas quatro!

É sempre assim que eu escrevo meus livros: primeiro fico organizando meus pensamentos. Isso pode levar meses... Quando tenho o livro completo na cabeça, sento e escrevo. Em uma semana no máximo, está pronto. Daí, vai para o ilustrador, que faz o desenho e os diagramas que ensinam a fazer cada dobradura. E depois são os acertos finais até chegar na gráfica.

Eu tinha na cabeça um projeto totalmente diferente para comemorar 10 anos de livraria.
Os livros anteriores foram impressos em preto-e-branco e ilustrados pela Kandy Saraiva. Hoje ela é assistente editorial e escreve lindos textos no blog dela. Acho importante o ilustrador saber fazer as dobraduras que ele desenha. A Kandy era assim, sempre foi boa origamista e soube desenhar com muita precisão as receitas das dobraduras.

O novo projeto era fazer quatro livros coloridos. Além das dobraduras, os livros deviam contar as histórias do nosso folclore, ilustradas com figuras alusivas ao tema. As dobraduras evoluem para personagens desenhados, que interagem com as próprias dobraduras. Chamei para parceiro o ilustrador Fábio Sgroi. Mandei um dos livros para ele e disse: "Estou te mandando esse livro para você fazer algo completamente diferente...".

A gente riu, mas saiu... Em quatro semanas eu havia escrito os quatro livros, e o Fábio em mais um mês entregou o projeto. Em agosto de 2006, mês do Folclore, a Coleção Brincando com Dobraduras -Folclore chegou no mercado.

Arca de Noé

Coisas importantes a aprender com a Arca de Noé:
1) Nunca perca o barco.
2) Lembre-se sempre de que estamos todos no mesmo barco.
3) Planeje para o futuro. Não estava chovendo quando Noé construiu a Arca.
4) Mantenha-se em forma. Quando você tiver 60 anos, alguém pode lhe pedir para fazer algo realmente grande.
5) Não dê ouvido aos críticos; apenas continue a fazer o trabalho que precisa ser feito.
6) Construa seu futuro em terreno alto.
7) Por segurança, viaje em pares.
8) A velocidade nem sempre é uma vantagem. Os caramujos estavam a bordo com os leopardos.
9) Quando estiver estressado, flutue por um tempo.
10) Lembre-se, a Arca foi construída por amadores; o Titanic, por profissionais.
11) Não importa a tempestade, pois quando você está com Deus há sempre um arco-íris te esperando
Autor desconhecido


Desde pequena, eu sempre adorei a história da "Arca de Nóe". Lembro da minha infância, quando minha avó me contava essa história e pacientemente enumerava todos os casais de bichos, propositalmente errando o português, me fazia rir contando "da formiga e do formigo", "da lagartixa e do lagartixo", "da zebra e do zebro"... A história se estendia à medida que os casais de bichos aumentavam e a diversão era garantida.
Mais tarde me encantei com a música e a poesia de Vinicius de Moraes e sua "Arca de Noé" e há pouco conheci o livro " De fora da Arca", de Ana Maria Machado. Maravilhoso! Me fez pensar: Gostaria de ter feito isso...
A minha "Arca de Noé" é de papel dobrado. Com zebra, leão, hipopótamo e uma porção de bichos legais. Tem Noé na porta, com cara de "velhinho gente-boa" como eu sempre imaginei que ele deveria ser. Dá para dobrar os bichos e depois contar história, cantar música e recitar poesia. Dá para fazer dobraduras e se divertir...
Aliás o objetivo da Coleção Brincando com Dobraduras, a começar pelo título, é esse: brincar e se divertir. Sempre busquei tornar o aprendizado da dobradura uma atividade divertida. Enquanto os livros de Origami tradicionais enfatizavam muito a técnica, eu sempre busquei a criatividade. Enquanto a dobradura tradicional valorizava figuras idênticas, como em uma linha de montagem, eu sempre incentivei cada um a personalizar a sua criação. Enquanto o objetivo de dobrar papel era uma atividade isolada, eu busquei sempre uma razão para se fazer dobraduras: montar painéis, ilustrar histórias, brincar...
O livro Arca de Noé é um ótimo convite para essa brincadeira.

03 janeiro 2007

Dobraduras Bíblicas


A minha Editora me propôs um desafio: se a dobradura podia ser usada em sala de aula, por que não usá-la também no catecismo? Por ser uma Editora fundada por padres católicos, a proposta vinha a pedido de um público já formado, que costuma percorrer as prateleiras da livraria da Paulus na Vila Mariana.

Voltado para esse público de catequistas ou simplesmente curiosos é que foi elaborado o livro Histórias de Jesus. A intenção era ilustrar parábolas da Bíblia com figuras de Origami.

Mas o desafio não parou por aí. Além do tema, busquei também desenvolver uma nova técnica, trabalhando apenas com papel em formato retangular.

A maioria das dobraduras são feitas com papel quadrado. Adota-se um padrão universal de um quadrado na medida 16 x 16 cm, medida que facilita o aprendizado: a dobradura não fica nem muito grande nem muito pequena; fica no tamanho ideal. Como, aqui no Brasil, o tamanho das folhas de papel tem diminuído, para cortar os quadrados em 16 x 16 cm perde-se uma tira de papel retangular.

Portanto o objetivo era o aproveitamento dessas tiras de papel para a confecção das dobraduras, e o resultado foi tão bom que usei em outro livro, também de tema bíblico, mas que pode ser usado em várias ocasiões: A Criação do Mundo. Animais, pessoas, tudo que povoa o nosso mundo pode ser confeccionado com tiras de papel dobradas.

Páscoa, Natal...


O costume de festejar datas comemorativas tem sido severamente criticado. Porém, a maioria se esquece de que as datas comemorativas são, muitas vezes, o único motivo para lembrar de um acontecimento ou de um tema importante para a sociedade.
Depois do sucesso do livro Festas e Datas Comemorativas, achei que duas datas religiosas mereciam maior destaque: Natal e Páscoa.
A história do Origami é marcada por símbolos. Primeiro, acreditava-se que o papel era um material sagrado, porque vinha da árvore. A árvore emprestava a sua alma para o papel e, portanto, a dobradura de papel se transformava em um amuleto. Muitas figuras como tartarugas, garças e rãs eram dobradas com o intuito de atrair bons fluidos.
Um dos amuletos mais famosos é uma ave chamada tsuru: diz a lenda que você deve dobrar 1000 passarinhos para realizar seu sonho!
Recriar símbolos do Natal e da Páscoa com dobraduras de papel foi a proposta dos livros Natal e Páscoa. Entre outros, é possível confeccionar até um presépio em Origami, decoração para a casa e cartões personalizados.
Algumas comunidades carentes têm ensinado seus jovens a confeccionar cartões em Origami. O material barato e acessível que é o papel estimula a criatividade dos educandos, e a venda dos cartões reverte em benefícios a toda a comunidade.

Para meninos e meninas


Uma das coisas mais interessantes da dobradura de papel é o fato de ela ser uma arte universal. Agrada meninos e meninas, jovens, adultos, idosos...

Além de ser utilizada nas escolas, essa arte é um valioso recurso em outras áreas: na da saúde, pode ser usada como complemento para fisioterapia. Na psicologia, como ferramenta para combater o stress. Na área de recursos humanos, para desenvolver a criatividade e o trabalho em grupo. Na publicidade, uma possibilidade a mais de criação. Na arquitetura, para a elaboração de figuras em 3D. Nas artes plásticas, na confecção de quadros, luminárias e objetos de decoração. E para a família, uma diversão.

Voltados para meninos e meninas, os livros A Feira e Meios de Transporte brincam com a arte de dobrar papel em figuras do cotidiano.

Legumes, frutas, verduras são recriadas em Origami. E depois? A criança pode brincar de feira, pode aprender conceitos práticos de vivência do dia-a-dia, com suas barracas de papel. Pode aprender noções de saúde e boa alimentação e também descobrir quais as vantagens de cada alimento, mostrando que a dobradura de papel é apenas o início de uma brincadeira divertida e educativa.

Animais Brasileiros Ameaçados de Extinção





Como o Origami é uma arte de origem japonesa, não faltam em livros figuras alusivas à cultura japonesa.
Seguindo essa linha, Origamistas do mundo todo tentam retratar com as dobraduras de papel um pouco de sua natureza e seu cotidiano.
Tenho buscado em meu trabalho dobrar cada vez mais figuras brasileiras que façam parte de nossa fauna, flora, costumes e folclore.
O livro Animais Brasileiros Ameçados de Extinção foi, na verdade, o primeiro livro que escrevi, apesar de não ter sido o primeiro a ser publicado. Como uma autora jovem, sem projeção no mercado, eu e a Editora preferimos apostar em um trabalho não tão ousado.
Hoje, porém, Animais Brasileiros ocupa o segundo lugar entre os livros mais vendidos.
A proposta inova pelo tema: apenas animais brasileiros. Tamanduá, araras, tucanos, jaburus, onça-pintada e outros bichos que habitam nosso país.
Só que não bastava dobrar os animais; era necessário colori-los com as lindas cores de nossa fauna. Assim, entra em cena tinta guache, lápis de cor e caneta hidrográfica para recriar o colorido do mundo animal, tornando a dobradura uma obra de arte.
Com essa proposta, diferente de tudo o que existia no mercado nacional, a dobradura de papel entra no cenário da cultura brasileira.

Festas e Datas Comemorativas

Muitas pessoas têm dúvida sobre a diferença entre a dobradura de papel e o Origami. O fato é que não há diferença alguma. Origami é o nome que se dá em japonês às dobraduras de papel. Durante muito tempo, o Origami tradicional tinha regras muito rígidas, não permitindo o uso de cola, pintura ou tesoura. Tudo tinha de ser dobrado, e até hoje as dobraduras mais complexas são aquelas cuja figura é criada a partir de um só papel, sem o auxílio de nenhuma ferramenta.

Porém, eu faço parte de uma corrente de vanguarda que, junto com outros artistas, busca utilizar o Origami cada vez mais como um recurso para o desenvolvimento da criatividade, da percepção e da coordenação motora. Portanto, a dobradura não é mais uma demonstração de técnica apenas. Em meu trabalho, ela é usada como um recurso a mais, para a livre criação.

Dentro dessa proposta, não só uso como também incentivo a mistura de materiais tais como: papéis diferentes, recortes, apliques, pintura e colagens sobre a dobradura. Dessa forma, a dobradura acaba sendo uma atividade muito interessante para a área pedagógica, pois desenvolve toda a potencialidade do educando e oferece muitas aplicações ao educador.

Voltado para o cotidiano da escola, o livro Festas e Datas Comemorativas foi elaborado dentro de uma proposta interdisciplinar para ser uma ferramenta do professor: usando dobraduras de papel para atividades sobre as principais datas do calendário escolar, incentiva o aluno a pintar, colar e dobrar papel.

Praia, Jardim ou Circo




Além do livro A Fazenda, em 2006 foram lançados mais quatro títulos para a Coleção Brincando com Dobraduras:
A Praia, O Jardim e O Circo.
Seguindo a mesma linha do livro A Fazenda, foram criadas dobraduras fáceis e de efeito visual bonito para cada tema.
Além disso, buscamos em cada livro ensinar dobraduras com a técnica de contar histórias, associando cada movimento do papel a uma figura do cotidiano.
Essa técnica ajuda também na memorização das formas básicas , que são conjuntos de dobras utilizadas em várias dobraduras diferentes. Assim, o aprendizado fica mais divertido e interessante.

O primeiro livro.

1996: ano do lançamento do primeiro livro da Coleção Brincando com Dobraduras pela Editora Paulus. O tema escolhido foi A Fazenda.
A idéia foi fazer uma coleção temática, na qual cada livro reunisse várias dobraduras sobre o mesmo tema. Até então os livros disponíveis apresentavam as dobraduras reunidas por grau de dificuldade, o que dificultava a consulta, pois, para recriar um ambiente, o interessado tinha de pesquisar em vários livros diferentes.
O desafio foi criar dobraduras sobre o mesmo tema e com o mesmo grau de dificuldade, de maneira que qualquer pessoa, de qualquer idade, pudesse confeccioná-las.
Voltada primeiro para crianças a partir dos 5 anos e com forte apelo pedagógico, a Coleção busca fornecer subsídios também para o educador trabalhar em sala de aula, sem deixar de lado o objetivo lúdico de "dobrar papel" como recreação para qualquer idade.
O primeiro tema escolhido, A Fazenda, apresentava animais do campo, buscando várias figuras a partir da mesma forma básica. Uma idéia criativa, em uma proposta original, onde se desenvolve a criatividade através da dobradura de papel.
O livro até hoje é o mais vendido da Coleção.